A Feira Hippie de Belo Horizonte, completa 51 anos em 2024, é um dos maiores símbolos culturais da capital mineira.
O evento que atrai milhares de visitantes todos os domingos para a Avenida Afonso Pena, no coração da capital mineira, foi também lugar de grandes nomes da arte.
A Feira Hippie teve início em 1973, na Praça da Liberdade, reunindo um grupo de artistas e artesãos influenciados pelo movimento hippie, que buscavam um espaço para expor e vender suas criações. Ao longo das décadas, a feira foi crescendo e, em 1991, foi transferida para a Avenida Afonso Pena, onde ocupa mais de 2,5 km de extensão e conta com cerca de 2.000 expositores.
Entre os artistas que ajudaram a consolidar esse espaço está a artista plástica Yara Tupynambá, a idealizadora e uma das pioneiras da feira e com sua participação ativa. Durante seis anos, Yara expôs suas obras no evento, sendo uma das vozes influentes na legitimação da feira como um espaço dedicado à arte e ao artesanato. Ela conta que na época a comercialização das obras não era o mais importante, mas a promoção da arte de maneira geral.
“Não havia preocupação somente com a venda em si, mas sim a de proporcionar a oportunidade de democratizar o acesso à arte, tanto para os expositores quanto para o público. Além de tudo, era um espaço para encontrar os amigos e ter um momento de lazer”, relembra Yara.
A artista, não poucas vezes, durante as exposições, levava a prensa e distribuía gravuras aos apreciadores que visitavam o local. Hoje, o Instituto e Memorial Yara Tupynambá possui e detém em seu acervo, muitas das obras que marcaram os anos iniciais da tradicional Feira Hippie de Belo Horizonte.
O crescimento da feira, sua mudança para a Avenida Afonso Pena, somado ao grande desenvolvimento do evento contribuíram para que se transformasse em um ponto turístico e cultural relevante. Assim como Yara Tumpynambá, importantes artistas como, Petrônio Bax, Maria Helena Andrés, Wilde Lacerda e Ildeu Moreira tiveram sua parcela de colaboração, e atualmente Feira Hippie se consolidou não apenas como uma oportunidade de negócios para pequenos produtores, mas também como um símbolo de resistência cultural e artística, que segue se transformando e mantendo viva a essência inicial do movimento que a originou.