Serginho Barbosa lança o disco “Brilho Novo”.

 

O disco intitulado “Brilho Novo” surge de reflexões durante a pandemia e brinda os mais de 35 anos de carreira do cantor e compositor Serginho Barbosa. “Queria durante a pandemia tentar fazer algo de novo, fazer algo de brilho novo, algo de novo brilho. O que era o novo? Era a mudança que poderia acontecer neste período de todos nós dentro de casa”, explica Serginho.

Warley Machado assina a direção musical do disco, que teve diversos compositores, além de músicas de autoria de Serginho Barbosa. “O disco é uma mistura de estilos latinos, toda a dança, toda a musicalidade, toda a reflexão, através das canções autorais. Algo que pudesse ser um divisor de água na vida das pessoas, que pudesse mexer com as pessoas, com a sua imaginação, mexer com a sua alegria. É um reencantamento da vida, em que a música se manifesta no corpo, quer com a perna, quer com o braço, quer com a cabeça, quer com o corpo por inteiro, mas que o corpo que vai escolher a dança”, explica Serginho.

Serginho comenta que finalizando os shows do seu disco “Circo dos Amores” no Carnaval de 2020 veio a pandemia.

“A felicidade foi tão grande com festejos, os trabalhos, além dos ensaios abertos, que começou na quarta-feira que antecede o carnaval e se encerrou na terça. Portanto, uma média de seis shows durante o carnaval. A ideia seria continuar com o teatro, produzindo um musical. Então surgiu a pandemia. Para a classe artística, o que fazer? Fomos os primeiros a parar. Fecharam-se os teatros e pararam os shows. Os estúdios fechados, os produtores não tiveram como trabalhar. Nós artistas não temos lugar pra cantar. Então, vê que surge uma frustração de uma certa forma do que realmente a música poderia representar na vida das pessoas, na vida dos músicos”, explica.

Durante o período em casa, sem possibilidade de apresentação artística, Serginho conversou com Warley Machado, que foi o diretor musical de dois discos do Serginho:

“Voz companheira” e “Circo dos Amores”. “Ele é de muita capacidade intelectual com relação a arte de sensibilidade, um multi-instrumentista também parado, de braços cruzados. Eu tinha conversado com ele sobre a possibilidade de fazer um trabalho, de se reinventar, mas que a questão financeira falava assim mais alto. Foi então que surgiu para a nossa salvação esse auxílio emergencial que foi a Lei Aldir Blanc. Ele veio muito no momento muito propício”, ressalta Serginho.

Serginho abriu o leque para que esse brilho novo pudesse também oportunizar os novos compositores, principalmente no momento de pandemia, em que estão sem trabalho. A música que também é o título do disco vem da questão de reinventar, fazer tudo novo. “Eu propus a esse grande intérprete da música itabiritense, Ezequiel Marques, que a gente terminássemos essa música juntos. E a canção foi terminada de um dia para o outro no WhatsApp, tudo no virtual”, explica.

O disco que a princípio teria em sua maioria músicas de bolero abrange um leque com mais estilos. “Nós tivemos compositores novos de estilos completamente diferentes. Por exemplo, pedimos para um MC compor uma salsa. O desafio foi aceito e ele realmente compôs essa salsa. Esse compositor é o André Black que se sentiu lisonjeado e realmente se mobilizou da noite para o dia para então compor essa canção juntamente com outro compositor, o Paulo Henrique, PH Professor, que juntos terminaram a música. Houve um estudo da parte deles e eu acredito que a salsa vai provocar uma vibração boa nas pessoas”, ressalta.

O disco ainda possui uma bachata, um estilo musical que surgiu na República Dominicana, na década de sessenta. “A gente misturou elementos para justamente também lembrar a magia da dança, a magia do movimento, a magia do corpo, a magia da vibração no corpo, na alma, para que as pessoas pudessem ter movimentos independentemente de como o corpo está preparado”, complementa. O tango argentino não poderia faltar, que “levou o compositor a ter enxaquecas, porque ele estava muito preocupado”, comenta. As duas músicas foram de autoria do itabiritense Claudinho Fragmentos, que também compôs os boleros “Eu não preciso” e “Por um bolero”.

O bolero é parte central do “Brilho Novo”. O estilo que nasceu em Cuba, passou pela Europa, México e até chegar no nosso Brasil. Foi realizada a releitura da música “Bolero”, de autoria do Pirulito da Vila, e que levou o nome do Serginho Barbosa para além de sua cidade natal, sendo grande sucesso. Releituras das Canções – “Voz Companheira” de Serginho Barbosa, “Luiza e Juliana”, um Bolero do compositor Marco Aurélio e “Mensagem no Celular” do compositor Ademar Henrique, ambas também sucessos de discos anteriores.  Outro estilo que percorre a trajetória de Serginho é a MPB. A canção “Caminhos” foi composta pelo próprio Serginho Barbosa. Ela veio na contramão, mas de forma vibrante, tocante com uma mensagem da carreira do próprio compositor. “Passou um filme na minha cabeça, mas que era muito importante nesse novo ciclo que a gente está vivendo. O ciclo da pandemia, da falta de arte. A música vem de forma reflexiva para justamente que todos nós temos um novo ciclo na vida, que é esse brilho novo, para que a gente possa reencantar as pessoas com esse nosso disco”, afirma.

Serginho finaliza ressaltando a importância da Lei Aldir Blanc para a realização do disco.

“Sem dúvida nenhuma, esse recurso da Lei Aldir Blanc permitiu fazer esse trabalho sem perder a qualidade, porque o time de músicos que foram contratados para fazer o projeto são novos talentos, mas também músicos já experientes que estavam parados. A aprovação do projeto é um reconhecimento de todos esses anos dedicados à arte”, finaliza.